Pioneirismos

Um evento como a Olimpíada deve evocar os melhores sentimentos de um povo. Poderia ser muita pretensão de uma cidade como Fortaleza ser candidata a ser sede dos jogos olímpicos, mas um bom argumento para isso é a força do pioneirismo da sociedade fortalezense, cearense e brasileira em vários aspectos e em várias demissões.

Vicente Yáñez Pinzón foi o primeiro europeu a avistar as terras que seriam o Brasil de hoje no que denominou de cabo de Santa Maria de la Consolación à ponta do Mucuripe, Fortaleza. Depois disso, passaram-se muitos anos para outros europeus voltarem e o surgimento de um povoado não foi fácil. Entre estiagens, falta de atrativos econômicos ou pela hostilidade dos povos aborígines, quem chegou por aqui teve de lutar persistentemente para dar certo e achar algo que desse para sustentar quem ficasse. Muitos desistiram e foram penalizados com doenças e perseguições de índios e europeus rivais dos portugueses - franceses e holandeses - mas os que chegaram aqui criaram a Fortaleza para resistir e persistir.

A geografia da cidade e o ambiente seduziram viajantes e aventureiros. Foi preciso encarar com seriedade a empreitada e o objetivo de colonizar e servir como entreposto, entre o norte na Pará e o sul na Bahia, foi cambaleando. Os holandeses mudaram o primeiro assentamento da Barra do Ceará para a desembocadura do riacho Pajeu em 1649. Quase vila em 1699, vila de fato em 1726, capital da província em 1799 e cidade em 1823 Fortaleza se fortalecia. A cidade vivia mais em função do mar do que de seu interior. Em 1870 encontra fortaleza nas vantagens acumuladas pelas vendas de produtos agrícolas, em especial o algodão e sua sociedade cria a primeira ferrovia do Ceará. Esta sociedade tinha encontrado algo rico e se enobreceu. Libertou os escravos em 1884, criou o Instituto do Ceará em 1887, a Padaria Espiritual em 1892 a Academia Cearense de Letras em 1894.

Personalidades como José de Alencar, Alberto Nepomuceno, Capistrano de Abreu, Clóvis Beviláqua, Casimiro Montenegro Filho, Rachel de Queiroz, dentre outros, ajudaram a criar caminhos originais de uma identidade nacional ao Brasil. Ajudaram mais ainda a fortalecer idéias de compreensão mútua e de liberdade.

O destino de qualquer cidade que queira ser sede dos jogos olímpicos é fazer elevar a consciência coletiva dos melhores valores em cada um de seus habitantes e em toda a humanidade. Almejar grandes sonhos é sempre um caminho para o amadurecimento, quando fazemos o que for necessário para que ele seja realizado. Nosso passado tem personagens com histórias de muita bravura e com valores de coragem, honra, devoção, fé, esperança e abnegação. Realizar uma Olimpíada é honrar esta memória em cada lugar da paisagem de Fortaleza.

Infraero apresenta plano para aeroporto

Notícia do jornal Diário do Nordeste, 30 de agosto de 2007

A Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero) apresentou um Plano Diretor para o Aeroporto Internacional Pinto Martins. Os detalhes da idéia foram expostos pelo superintendente regional da Infraero, Wellington Santos da Silva, durante audiência pública na Câmara Municipal de Fortaleza.

O Plano Diretor sugere a implantação de uma pista auxiliar para pousos e decolagens — uma do chamado aeroporto velho já desempenhou essa função — que funcionaria como uma substituta quando da interdição da pista principal. Com o plano também, o aeroporto antigo deixa de existir na área onde está, sendo reestruturado no entorno do bairro Dias Macedo.

O superintendente regional da Infraero trouxe o conceito de aeroporto-cidade, que propõe um terminal interligado a vários setores de comércio e serviços de Fortaleza. Wellington defendeu a construção de um novo aeroporto para mais adiante, ficando para agora a duplicação do atual.

O secretário estadual de Turismo, Bismarck Maia, destacou que o atual aeroporto já apresenta uma demanda bem superior a planejada. “Enquanto se esperava receber 2,5 milhões de passageiros, já estamos na marca dos 3,3 milhões”, disse. Fato que — somado a outros, como a possibilidade de Fortaleza ser uma das cidades a sediar jogos da Copa do Mundo de 2014 caso o Brasil seja o país-sede do evento — já justifica, segundo o secretário, a construção de um novo terminal aeroportuário.

Reportagem

Domingo passado, a manchete do Diário do Nordeste deu espaço a uma reportagem sobre a situação aeroportuária de Fortaleza. Os textos trouxeram, à discussão da sociedade, o medo que toma conta dos moradores do entorno do aeroporto internacional, principalmente depois da tragédia do vôo 3054 da companhia aérea TAM, em 17 de julho deste ano, que matou quase 200 pessoas.

“No entanto, para que Fortaleza não padeça com a urbanização e o aeroporto local tenha de sofrer restrições de uso, como acontece em Congonhas, o crescimento urbano da cidade precisa ser ordenado”, aponta a reportagem. Como uma das prováveis conseqüências dessa expansão urbana descontrolada no entorno do terminal, argumenta o texto, apresenta-se a poluição sonora.

A ampliação dos sistemas de transporte, especialmente aeroviário, é fundamental para alargar as condições de recptividade, mas também de lançamento de cearenses pelo mundo, fazendo crescer o contato com outras culturas. Esse tipo de socialização faz crescer a percepção sobre a diversidade cultural da humanidade e consequentemente do espírito olímpico, gerando intercâmbio e discussão sobre nossos paradígimas e modelos produtivos e de organização social. A Olimpíada é a festa que coroa o amadurecimento destas relações.

Governo do Estado incentiva Turismo Acadêmico no Ceará

Notícia retirada do site do Governo do Estado no dia 27 de agosto de 2007

Um grupo de 54 estudantes e professores noruegueses estará no Ceará, de 27 de agosto a 10 de novembro, para desenvolver atividades curriculares esportivas (kitesurf, windsurf e beach vôlei), sobre preservação ambiental e organização de eventos. Os alunos fazem parte do primeiro grupo de um pacote turístico acadêmico, num total de 3.280 alunos que virão ao Ceará nos próximos três anos. A iniciativa recebe apóio do Governo do Estado, através da Secretaria do Turismo, do Esporte e da Educação, em parceria com Sommer Som Vinter University, FA7, Beach Park e Access Brazil Advisers – Consultoria Internacional de Relações Públicas e Marketing.

Amanhã, dia 28, será oferecido um coquetel ao grupo de alunos e professores, às 20hs, no Marina Park Hotel – área de esportes aquáticos. Esta será a primeira vez que uma universidade da Escandinávia manda seus alunos ao Brasil, o que terá muita visibilidade no mundo acadêmico do norte europeu.

“A visita dos estudantes noruegueses incentiva uma nova modalidade, a de Turismo Acadêmico, favorecendo também o intercâmbio entre os universitários cearenses e europeus”, explica Fernando Holanda, consultor da Access Brazil. Os estudantes noruegueses têm entre 20 e 25 anos de idade e terão aulas práticas de preservação do meio ambiente no Maciço de Baturité. Em outubro, eles participam ainda do Campeonato Mundial de Kitesurf, no Cumbuco.

Este fato é muito positivo para o desenvolvimento da receptividade ao extrangeiro. Fortalece nossa identidade para estabelecer a diferença cultural e "vender" nossa arte/cultura para o de fora e o intercâmbio tornasse relação de convivência para entendimento das diferenças. É um caminho semelhante ao de uma olímpiada faz para o desenvolvimento dos valores heticos do ser humano.

FUTEBOL DE SALÃO: Fortaleza quer sediar Mundial

Retirado do Diário do Nordeste (Domingo | 26 de Agosto de 2007)

O ministro dos Esportes, Orlando Silva, se reuniu com o presidente e com o vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS), Aécio de Vasconcelos e Hideraldo Martins, respectivamente, para decidir quais cidades do país irão receber a Copa do Mundo de Futsal, que acontecerá no ano que vem.

Organizado pela Fifa, o comitê da Copa do Mundo de Futsal escolheu cinco cidades brasileiras com possibilidade de receber a competição: Rio de Janeiro, Fortaleza, Brasília, Jaraguá do Sul e Goiânia.

Dessas, três serão escolhidas, mas como o Rio de Janeiro acabou de ser a sede dos Jogos Pan-Americanos e deixou a Arena Multiuso como legado, a capital carioca está um passo à frente das demais.

A competição terá 16 seleções, divididas em quatro grupos. Duas dessas seleções passam à próxima fase, que funcionará em sistema de mata-mata. Por receber a competição, o Brasil está classificado esperando os seus adversários que virão da Europa (cinco times), da América do Sul (três), da Ásia (três), da Oceania (um) e das Américas do Norte e Central (um). Além disso, Orlando Silva acredita que a Copa do Mundo será uma forma de mostrar à Fifa que o País tem condições de receber uma competição de grande porte. Silva ressaltou a importância para o Brasil, que tem mais de 10 milhões de praticantes de futsal, de poder receber a principal competição da modalidade. “Isso vai ser uma celebração para a modalidade, que é desenvolvida na maioria das escolas de todo o País”, afirmou. O presidente da CBFS, Aécio de Borba, acredita que a realização desse evento é o demonstrativo do reconhecimento e uma possibilidade de divulgar mais o futsal do Brasil, que só tem crescido, conforme mostram as estatísticas.

O fato de Fortaleza poder vir a sediar um evento esportivo de nível internacional já é caminho para os preparativos. A prefeitura, federações e outras organizações devem pleitear sempre a candidatura da cidade para sediar eventos. Isso fortalece nosso compromisso e nossa competência alem de todos os valores olímpicos envolvidos.

A Base 2

Novas vilas olímpicas estão surgindo no Ceará, e não só aqui como em todo o Brasil. A mais recente notícias é sobre a futura Vila Olímpica de Sobral. Nas palavras da prefeitura:

"A criação de um pólo de excelência para o desenvolvimento do esporte de alto nível. Com essa intenção a Prefeitura está construindo a Vila Olímpica, ao lado do Liceu de Sobral. Quando estiver pronta, a obra contará com uma estrutura de padrão internacional, com salão de recepção, bloco de alojamentos, bloco pedagógico e cozinha/ refeitório, hospedagem e salas de formação teórica dos atletas. Para o desenvolvimento das atividades esportivas, o equipamento terá piscina olímpica, ginásio poliesportivo com arquibancadas e vestiários, e pista de atletismo, além do estádio de honra. A construção permitirá o acesso de crianças, jovens e adultos à prática esportiva, beneficiando toda a população sobralense."

Como havia citado no primeiro da série, o governo deveria construir uma vila dessas para cada liceu ou até mesmo para cada escola de ensino médio. O espírito olímpico é algo que se gesta desde muito cedo no caráter dos indivíduos e deve fazer parte do currículo escolar.

Organização do esporte em Fortaleza

Atualmente existem 29 modalidades olímpicas: Andebol ou handebol, Atletismo, Badminton, Basebol, Basquetebol, Boxe, Canoagem, Ciclismo, Equitação, Esgrima, Futebol, Ginástica, Halterofilismo, Hóquei em campo, Judo, Natação, Pentatlo Moderno, Pólo aquático, Remo, Softbol, Tiro, Tiro com Arco, Taekwondo, Ténis, Ténis de Mesa, Triatlo, Vela, Voleibol e Wrestling ou Luta greco romana e Livre. No Ceará existe organização de pouco mais da metade destas modalidades:

Atletismo
Basketball
Boxe
Ciclismo
Desportos Aquáticos
Futebol
Handebol
Hipismo
Judô
Lutas Associadas
Pentatlo Moderno
Taekwondo
Tênis
Tênis de Mesa
Tiro Esportivo
Triathlon
Vela
Voleibol

São Federações com sede em Fortaleza, mas existe na cidade praticante de quase todos os esportes olímpicos e isso implica a existências de locais para a prática, mas a falta de uma entidade deficulta a elevação da qualidade técnica dos praticantes. Isso é fruto de uma política pública que deixa a desejar quando o assunto e diversidade.

Em Fortaleza temos um grande desafio em se tratando de políticas públicas. Pela atual Lei Orgânica Municipal o esporte esta muito bem descrito e instrumentalizado, mas ainda é preciso estabelecer o Conselho Municipal de Esporte e o Sistema Municipal de Esporte. A partir dai teremos condições de fato para melhorar todas as atividades relacionadas à institucionalidade das modalidades de esporte.

Duas entidades tem relevância destacada: a Federação Universitária Cearense de Esporte e o Conselho Regional de Educação Fí­sica. A primeira por congregar a prática esportiva em diversas modalidades com uma grande possibilidade de desenvolver atletas de alto rendimento e segunda por congregar os profissionais que desenvolvem a organização das práticas esportivas e de atividade física com maior qualidade técnica.

Fortaleza é sede ainda de diversos clubes esportivos e em quase toda instituição pública existe um clube para o desenvolvimento de práticas de lazer e esporte. Vejo aqui um grande potencial ainda pouco explorado para os profissionais da educação física desenvolver e fazer crescer este espírito esportivo.

Existe ainda outras federações e associações de esportes não olímpicos aqui em Fortaleza, mas que mesmo assim são relevantes na medida em que todo esporte traz em si o desenvolvimento do homem e da auto conciência de si e de seu corpo. Estas entidades são imporantes para a difusão do espírito olímpico.

Sociedade e economia 2

O atual e mais sério problema de Fortaleza é o seu sistema de transportes. Quando a economia cresce, ela pode estar ocupando meios que já existiam anteriormente e estavam dando margem para novas demandas ou provoca estrangulamentos por fazer crescer demandas não satisfeita por falta de estrutura. É este ultimo cenário o que esta ocorrendo em Fortaleza. O plano diretor vai ajudar bastante, mas deverá ser ultrapassado por planos específicos que serão fundamentais para esta mudança nos valores de deslocamento e ocupação da cidade.

Os ônibus vão diminuir seus lucros porque uma cidade moderna ficaria estrangulada na dependência de um transporte tão vulnerável quanto o rodoviário. O metrô, apesar de ter um custo elevado para sua implantação traz benefícios que são imediatamente reconhecidos pelos usuários como ganhos no tempo de locomoção e eficiência em planejamento de viagens. Ganha também o meio ambiente por ter o metrô um impacto ambiental menor nos micro climas da cidade por não emitir gases resultantes da queima de combustíveis. E também por ter seu ruído
uma dimensão menor que o gerado pelos ônibus.

O Metrofor deverá considerar parcerias para dar uma nova visão de ocupação espacial e dinâmica de deslocamento para atrair a construção de grandes equipamentos como o novo Centro de Eventos do Ceará para a Região Metropolitana de Fortaleza. Acredito que as grandes construtoras e imobiliárias devem considerar em seus projetos a integração com o Metrofor em parceria com o Governo do Estado e Prefeituras para dinamizar a inclusão no mercado de trabalho dos moradores destes lugares, desta forma, podemos construir conjuntos mais longe, ocupando áreas com margem a crescimento e desafogar Fortaleza a enorme concentração de habitantes que tem hoje.

Estas soluções são fundamentais para atender os parâmetros de melhorias das condições de vida dos cidadãos de Fortaleza e Região Metropolitana e faze-los mais motivados para outras atividades lúdicas, em especial o esporte, e dar atenção para o tema das Olimpíadas. É condição também para mostrar o desenvolvimento da estrutura de transportes e deslocamentos humanos, condição fundamental para abrigar grandes eventos como os Jogos Olímpicos. As últimas notícias sobre o PAC para o Metrofor e a possibilidade de se usar a linha do Mucuripe e as discussões sobre o Centro de Eventos do Ceará são muito animadoras. Espero que as escolhas sejam bem ponderadas e torço para que o melhor aconteça e assim seja viabilizada as condições preliminares para que tudo dê certo.

Cidades do Brasil - Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Brasília

O Brasil, de fato, nunca teve um cidade que tivesse chegado a ser uma concorrente para sediar uma Olimpíada. O COI, aparentemente, apoiou a candidatura do Rio de Janeiro para sediar os eventos de 2004 e 2012, mas falhou logo no começo. Outras cidades do Brasil que já foram mencionadas para sediar os Jogos Olímpicos foram São Paulo, que ja foi sede dos Jogos Pan Americanos de 1963; Curitiba, que em 2006 sediou os Jogos Universitários Sul-americanos e Brasília que ainda não sediou nenhum evento internacional de grande porte nos esportes.

São Paulo

A cidade é possivelmente a que tem as melhores condições para abrigar a diversidade dos esportes. Tem o aporte de todas as representações de esportes olímpicos, sem contar a enorme quantidade de cursos de Educação Física, Clubes e academias de ginástica e musculação, espaços públicos de esportes nas mais diversas modalidades de jogos e de ter a única raia de remo do Brasil. Ganha do Rio de janeiro se for comparas os indicadores de violência, sendo ligeiramente menores, mas perde para o sistema de transporte. Possivelmente empara na receptividade, hospedagem, mas o Rio ganharia pelo aspecto estético da cidade em si.

Curitiba

Cidade que tem um dos melhores sistema de transporte do Brasil, precisaria apenas de alguns ajustes, desponta como um dos centros desportivos do Brasil, alcançando níveis cada vez mais competitivos e qualificados. Os governos matem na cidade muitos espaços para a prática de diversos esportes. A receptividade deve ser melhor que a de São Paulo e do Rio já que a cidade deveria se engajar mais para a boa realização do evento, mas os meios de hospedagem deveriam ser expandidos.

Brasília

A Capital tem boas condições de abrigar qualquer evento grande, mas precisa de muitos investimentos. Uma Olimpíada seria uma boa ocasião para o Distrito Federal integrar-se com sua periferia urbana, as ditas "cidades satélites". O transporte em Brasília é o que tem melhores condições estruturais para os desafios organizacionais dos jogos olímpicos. A receptividade também deveria ter níveis bons de entusiasmo da população local, não mais do que acredito que seria em Curitiba e seus meios de hospedagem também precisariam de expansão. O esporte na cidade esta em um nível semelhante ao de Curitiba, mas com menos profissionalismo.

Rio de Janeiro

O Rio, comparado às outras cidades apresenta a combinação mais favorável atualmente. Precisa melhorar todos os pontos, com especial ênfase na segurança e receptividade, na medida em que deveria engajar mais a população no espírito olímpico. Com a ocorrência dos jogos Pan Americanos, não existe rival no Brasil para as olimpíadas de 2016 e é aqui que eu faço uma ressalva: Se o Rio sediar os Jogos Olímpicos de 2016, será impossível Fortaleza ganhar em 2020, mas não é impossível em 2024, ou depois.

O desafio de alcançar condições mínimas para uma candidatura em 2013 para sediar os jogos em 2020 é um estimulante para a realização dos desejos de uma população que quer e pode ser grande em suas realizações. Será um marco de amadurecimento de nossas instituições e para a nossa democracia. Um evento que obrigatoriamente deve mexer com as vaidades, mas que se não for superado o desejo mesquinho de vencer por vencer e resaltarmos o verdadeiro Espírito Olímpico de comunhão, não conseguiremos. Devemos estar todos, pessoas e instituições, unidos no desejo de paz e confraternização.

Sociedade e economia 1

Não podemos almejar sediar uma Olimpíada sem antes alcançarmos um melhor nível de relações econômicas. Será fundamental que o complexo do Porto do Pecem seja consolidado. Mas é preciso reuniões e muita conversa para que parâmetros ambientais e sociais sejam satisfeitos e a transformação seja levada ao cabo da realização do evento.

Isso quer dizer que precisamos crescer economicamente, mas com responsabilidade socio-ambiental. É preciso criar instrumentos para isso. Os governos devem elaborar estruturas de suporte para viabilizar a rápida consecução destas necessidades. Proponho um plano de incentivos a adequação de todas as empresas para as certificações ISO nas séries 14.000 e as 9000. Deve-se também fortalecer as feiras de produtos feitos aqui e a atração de eventos internacionais dos ramos de interesse dos grupos econômicos do Ceará. Deve-se também incentivar a participação em todos os eventos internacionais de interesse econômico, social e ambiental em todo e qualquer nível, em especial os que tiverem maior credibilidade ou abertura para que consigamos trazer as discussões para nossa realidade e se possível a candidatura de realização destes eventos aqui no Ceará. É necessário o quanto antes a construção de um novo Centro de Convenções.

É fundamental o fortalecimento de todas as entidades de classes, instituições como Federações, Sindicatos, Confederações, Associações, Clubes, etc. para o amadurecimento das atividades, difusão, organização e portanto a elevação do nível nas relações com as congêneres do Brasil e do Mundo, em especial, as que forem ligadas aos esportes ou forem específicas de determinada modalidade.

O turismo deve ser um dos pontos fundantes. Atender algumas das demandas para o crescimento do turismo implica em dar margem para o planejamento das expansões necessárias para a realização da Olimpíada em Fortaleza. É imperativa a ampliação do aeroporto e de alguns acessos rodoviários a Fortaleza bem como o fortalecimento de uma cultura de receptividade e hospitalidade bem como de produtos artesanais. Criar datas e eventos para a promoção de produtos no calendário turístico.

O Espírito Olímpico é esta reunião de esforços múltiplos para superação. É como o entendimento de que uma visita deve ser bem tratada e de que a cordialidade deve acontecer com respeito e reconhecimento pelo esforço e pela competência. É o desejo de ser mais e melhor, não por superar outros e ser mais e melhor para os outros, mas por uma louvação ao reconhecimento de que somos seres incríveis, derivados de algo inexplicável, (Deus?) e que louvamos à nossa condição de seres humanos. É como uma oração de comunhão e benção. Agradecemos pela paz, pela harmonia e por sermos incrivelmente plurais.

A Base

O governo do Ceará iniciou um projeto modesto a algum tempo, sem muito arrojo , as Vilas Olímpicas. É surpreendente o que se faz por lá. São quatro "vilas" em Fortaleza e somente em Fortaleza. São:

Vila Olímpica do Conjunto Ceará
Vila Olímpica de Genibaú
Vila Olímpica do Castelão
Vila Olímpica de Messejana

Juntando todas as atividades desenvolvidas nelas a lista que surge é:

Recreação
Futebol
Futsal
Voleibol
Basquete
Handebol
Capoeira
Dança
Atletismo
Karatê
Ginástica
Ginástica rítmica
Arte-educação
Violão
Percussão

Já conheci um professor de violão que trabalha lá. O cara é muito comprometido com o trabalho e faz mais por um sentimento de realização, satisfeito no resultado e no sentimento que surge entre os estudantes e o desejo deles de serem um exemplo de que a arte aprendida muda a visão de mundo e do que é bom para si e para todos. Surge um comprometimento. Por falha minha não recordo do nome dele, mas trabalhava, ou ainda trabalha, no Castelão.

Na página da Sejuv - título que comete um equívoco por dar um sentido prioritário para a ligação do esporte com a "juventude" - retiro a seguinte informação:

As Vilas Olímpicas têm capacidade para atender 3.500 alunos por mês. As crianças e adolescentes se inscrevem em uma ou mais modalidades esportivas, culturais, artísticas ou educativas. São servidos lanches para as crianças, baseado num cardápio desenvolvido por uma nutricionista. As atividades acontecem de segunda a sexta-feira, de 7h30min às 11h30min e de 13h30min às 17h30min. Aos sábados funcionam de 7h30min às 11h30min. Durante os finais de semana as Vilas cedem seus espaços para uso da comunidade, aos jovens de 18 a 29 anos e para o público adulto que não dispõe de atividades regulares durante a semana. O quadro funcional conta com coordenador, professores, estagiários, monitores, nutricionista, cozinheira e pessoal de limpeza e jardinagem.

O projeto, como já disse, é modesto. 3.500 pessoas em fortaleza são pouco mais de 0,1% da população, ou seja, uma esmola! Segundo o IBGE, em 2004 haviam 111.133 pessoas matriculadas no ensino médio em 162 escolas públicas. A Vila Olímpica de Messejana é a única exceção do projeto porque foi construída ao lado do Liceu de Messejana. O projeto das vilas deveria existir dentro das 158 escolas públicas do governo do estado em Fortaleza e em todas as outras escolas em todo o estado, a exemplo do Liceu de Messejana. Isso fomentaria a elevação técnica da condição do esporte nas escolas e nas competições dos Jogos Escolares. É a escalada dos campeões e a difusão do espírito olímpico. Nossos heróis já nasceram. Precisamos agora orienta-los para a vitória.

Fortaleza 2020 Citius, Altius,Fortius

Faz Algum tempo eu venho sonhando com a possibilidade de Fortaleza vir a sediar um evento grande. Podia ser uma Feira Mundial, ou outro evento qualquer de grande porte, mas o que mais me fascina é a Olimpíada. Com isso é que sonho, uma cidade sendo sede dos jogos olímpicos de 2020. Vou escrever aqui tudo o que acho e penso sobre isso, argumentos, desafios, críticas e tudo mais que tiver a ver.

Os desafios começam pelo planejamento dos poderes públicos e os interesses políticos. Vejam abaixo:

Sucessão de governos municipais:
2005 – 2008
2009 – 2012
2013 – 2016
2017 – 2020

Sucessão de governos estaduais:
2007 – 2010
2011 – 2014
2015 – 2018
2019 – 2022

Para a data de realização do evento são 13 anos, mas para a escolha da cidade sede dos Jogos Olímpicos de 2020 deverá ser em 2013, mas as cidades candidatas deverão apresentar-se em 2011, ou seja, nossa conjuntura atual para iniciar os planos está favorável na medida em que temos uma aparente unidade política nos três níveis de poder, Federal - Estadual - Municipal, até a conclusão dos projetos que darão condições sociais, ambientais e uma mínima estrutura de transportes e hospedagem com perspectivas de expansão para o caso da confirmação da proposta.

Os principais desafios atuais são: a melhoria da infra-estrutura de transportes, habitação e saneamento básico. São três áreas fundamentais e básicas para o desenvolvimento para a receptividade de um evento desde porte. O Plano Diretor de Fortaleza tem condições de aportar com as perspectivas de mudanças estruturais para o evento, como a previsão de alargamentos de diversas avenidas e a implantação de sistemas de transportes coletivos combinados entre ônibus e metrô e outros meios ainda em estudo. Outro desafio vai ser a articulação entre as 12 cidades da Região Metropolitana e Fortaleza. Da mesma forma que Barcelona e Sydney que têm a sede da cidade com áreas pequenas, mas que de fato tiveram as olimpíadas realizadas também em cidades do entorno das metrópoles. Desde já o principal obstáculo deverá ser o transporte. A possibilidade mais barata e viável que proponho e a implantação de um sistema de VLT - uma espécie de trem/metro mais barato e mais lento, mas que garantirá a eficiência do transporte e como já deverá estar em operação uma primeira experiência no Carirí, acredito que deveremos ter condições técnicas de realizar o projeto em menos tempo que o Metrofor esta levando para terminar.

É um sonho que se bem articulado trará uma quantidade de benefícios tão grande que não consigo mensurar. A motivação e a capacidade de mobilização em torno de um acontecimento desta magnitude são tão grande que se o espírito olímpico for mesmo bem situado e cotidianamente ressaltado, não vejo obstáculo que não possa ser transposto.